ROUPAS DE DANÇA DO VENTRE

Video de Dança do Ventre - Dabke


Dabke e Dança de Casal - muito comum em festas árabes e transmite muita vibração e alegria sedutora, pra mim um casal muito especial que dançam de forma a nos fazer apaixonar é o Násser e a Fadwa (www.nasserefadwa.com.br)

Video de Dança do Ventre - Folcloricas Arabe

O que se conhece hoje de dança folclórica árabe, devemos ao coreógrafo Mahmoud Reda, que em seu trabalho no oriente desenvolveu peças coreográficas inspiradas nas danças populares de diversas regiões. Reda criava em suas coreografias o "clima" desse povo simples e sua manifestação através da dança. Algumas danças como Jarro e Melea Laf são na verdade danças inspiradas em situações cotidianas do povo, como o ato de buscar água atravessando regiões desérticas, ou a inspiração nas mulheres "modernas" que em determinada época utilizavam xales que demarcavam o corpo e tinham um jeito todo peculiar de caminhar... Dançar um ritmo folclórico e inspirar o público com o encanto de uma moça "baladi" é algo que exige entrar no "personagem" é onde entra o poder de interpretação da bailarina, por isso é interessante antes permitir-se "encantar e envolver" por estas cenas que falam por si mesmas...


Farida Fahmi e Mahmoud Reda


Said - Com bastão


Neste video temos o Said masculino (thatib) de onde sugere-se que foi inspirada a dança feminina com bastão, onde a bailarina "brinca" numa espécie de paródia à performance masculina


Aqui temos Said com bastão no inicio e uma performance de Tanoura no final - que também é uma dança exclusivamente masculina e inspirada em giros dervixes.


BALADI - Para falar de Baladi, passo à palavra para Hossam Ramzy

Video de Dança do Ventre - Estilo Tribal

O que é Estilo Tribal?
Texto de Shaide Halim

Não pode ser considerado folclore. Também não é etnicamente tradicional. O Estilo Tribal divide gostos e opiniões, e deixa uma dúvida: o que é afinal esta dança? Para quem ainda não conhece, Estilo Tribal é uma modalidade de dança que funde arquétipos, conceitos e movimentos de danças étnicas das mais variadas regiões, como a Dança do Ventre, o Flamenco, a Dança Indiana, danças folclóricas de diversas partes do Oriente e danças tribais da África Central, chegando até mesmo às longínquas tradições das populações islâmicas do Tajisquistão e Uszbequistão.
Este estilo surgiu nos EUA, nos idos dos anos 70, quando a bailarina Jamila Salimpour, ao fazer uma viagem ao Oriente, se encantou com os costumes dos povos tribais. De volta à América, Jamila resolveu inovar e mesclar as diversas manifestações culturais que havia conhecido em sua viagem.


CIA HALIM


Com sua trupe Bal Anat, passou a desenvolver coreografias que utilizavam acessórios das danças folclóricas e passos característicos da dança oriental, baseando-se em lendas tradicionais do Oriente para criar uma espécie de dança-teatro, acrescentando a isso um figurino inspirado no vestuário típico das mulheres orientais.
Uma forte característica trazida das danças tribais é a coletividade. Não há performances solos no Estilo Tribal. As bailarinas, como numa tribo, celebram a vida e a dança em grupo. Dentre as várias disposições cênicas do Estilo Tribal estão a roda e a meia lua. No grande círculo as bailarinas têm a oportunidade de se comunicarem visualmente, de dançarem umas para as outras, de manterem o vínculo que as une como trupe. Da meia lua surgem duetos, trios, quartetos, pequenos grupos que se destacam para levar até o público esta interatividade. Nos anos 1980, novas trupes já haviam se espalhado pelos EUA. Masha Archer, discípula de Jamila, ensina a Carolena Nericcio a técnica criada por Jamila para obter um melhor desempenho de suas bailarinas. Esta técnica baseia-se nos trabalhos de repetição e condicionamento muscular do Ballet Clássico adaptados aos movimentos das danças étnicas. Incentivada pelas diferenciações do novo estilo, Carolena forma sua própria trupe e dá novos contornos à história do Estilo Tribal.
O figurino utilizado por Jamila e sua trupe cobria o torso da bailarina, sendo composto basicamente por djellabas ou galabias. Isso tirava, segundo Carolena, um pouco da intenção e visualização do movimento. Surge então um novo visual, que até os dias de hoje continua predominando no cenário Tribal: saia longa e larga (sem abertura nas laterais), calça pantalona ou salwar (bombacha indiana), choli (blusa tradicionalmente utilizada pelas mulheres indianas embaixo do sari), sutiã por cima da choli, xales, cintos, adereços, moedas e borlas (os famosos pompons!) para incrementar o traje e dar maior visualização aos giros e tremidos.
Além deste novo figurino, Carolena e sua trupe Fat Chance Belly Dance trouxeram ao Estilo Tribal a característica mais forte do ATS (American Tribal Style -Estilo Tribal Americano): a improvisação coordenada. Essa improvisação parece uma brincadeira de "siga o líder" e baseia-se numa série de códigos e sinais corporais que as bailarinas aprendem, trupe a trupe. Esses sinais indicam qual será o próximo movimento a realizar, quando haverá transições, trocas de liderança etc. Ainda falando das inovações trazidas por Carolena, a nova postura, oriunda na dança flamenca, e as posições corporais diferenciadas na execução dos passos dão amplitude aos movimentos, sendo então melhor visualizados pelo público.


CIA HALIM


Tribal Style Bellydance Vale a pena conferir este também!


Nos anos 1990, o Estilo Tribal passou a demonstrar com mais força a presença da Dança Indiana, do Flamenco e mesmo das técnicas de Dança Moderna e do Jazz Dance. Nasce então o Neo Tribal. Esse sub-estilo já não se mantém preso ao sistema de sinalização do ATS, trabalha com peças coreografadas e ganha liberdade com a adição de novos movimentos, inovações cênicas, acessórios e mesmo na composição do figurino, embora mantendo semelhança ao criado nos anos 1980.
Em 2002, no Brasil, Shaide Halim cria a CIA HALIM Dança Étnica Contemporânea - a primeira trupe tribal do Brasil. Desenvolvendo um trabalho baseado nestas modificações pelas quais o estilo passou, inova mais uma vez ao trabalhar com as danças de uma forma mais homogênea. Ao contrário dos grupos norte-americanos, que mantém a dança do ventre como base, a CIA HALIM tem seu trabalho coreográfico orientado pela composição musical, ou seja, a ênfase de uma ou outra modalidade de dança, seja esta oriental, indiana, africana ou flamenca, virá do tema musical escolhido.
Baseada nessa premissa surgiram as parcerias da cia com músicos representantes da world music nacional, como MA3, Marcus Santurys e Atman. E dessas parcerias surgiu uma nova fonte de inspiração para o desenvolvimento do estilo, com a adição de sons e movimentos oriundos das danças folclóricas brasileiras. Assim nasce o Estilo Tribal Brasileiro.
Atualmente, o interesse pelo Estilo Tribal cresceu e surgem novas trupes espalhadas por todo o país. Algumas se baseiam no Estilo Tribal Brasileiro, outras buscam inspiração nos trabalhos das trupes de ATS, de Neo Tribal ou de Tribal Fusion, uma vertente ainda mais recente dessa última, como é o caso da Índigo, cia coordenada pela bailarina norte-americana Rachel Brice, que utiliza músicas Lounge, Chill Outs e Techno-Orientais, e baseia seu trabalho na dança do ventre associada à pranayamas de Yoga e poppings de hip hop.
O Estilo Tribal não pára. No Brasil já virou febre. O que importa agora é que seu desenvolvimento aconteça de forma adequada. Que a dança possa ser vista pelo público e apresentada pelas bailarinas de maneira consciente. Que o estudo das técnicas relacionadas ao Tribal, como a dança do ventre, a dança indiana e o flamenco, seja levado a sério, para que os grupos que se desenvolverem por aqui tenham qualidade artística verdadeira, e não se torne apenas um arremedo mal feito dos trabalhos norte-americanos.


CIA AWALIM


SHARON KIHARA

Video de Dança do Ventre - Khaleege

Khaleege

É uma dança folclórica que se originou no Golfo Pérsico (área da Península Arábica que envolve Bahrain, Emirados Árabes, Quatar, Arábia Saudita, Kwait, Oman).

É comum ainda hoje em muitos desses países, em festas familiares, cujas presenças são todas femininas, algumas mulheres se levantarem, vestirem suas túnicas e dançarem Khaleege.

O ritmo para esse tipo de dança é o Soudi. É dançada com um vestido (túnica) de tecido fino, todo bordado por cima da roupa normal ou da roupa de dança do ventre, no caso de uma apresentação. A túnica é chamada de Galabya.

A execução da dança traz uma simples marcação para os pés, que se mantém constante e presente todo o tempo. Além dessa marcação, há movimentos de cabeça (com destaque para os cabelos), de mãos, braços, e tronco. O quadril, ao contrário da dança do ventre, praticamente não se move.

Khaleege em árabe significa Golfo, e é uma dança também conhecida como Raks El Nacha´at.


(Texto retirado do site Central Dança do Ventre)

Video de Dança do Ventre - Tahtib

Tahtib

Dança com dois bastões longos, tipicamente masculina. Originária da região do Egito chamada Said, ao norte do país.

Dança que deu origem à versão feminina da dança da Bengala ou Bastão.

Dizem que esta dança surgiu porque os homens egípcios sempre carregavam consigo um cajado longo, que servia para caminhar, para se proteger em combates ou para pastorear rebanhos. E os homens acabavam usando este cajado para dançar em situações comemorativas.

Dançada ao ritmo de said, com marcações fortes de percussão (derbak, daff), guiado através de mizmar (aquela flauta que parece uma cornetinha de madeira, cujo som se assemelha ao de um mosquitinho).

Geralmente dois homens dançam juntos, aparentando e simulando uma luta. Eles fazem acrobacias com o bastão, demonstrando toda sua agilidade e habilidade, atacam e desviam os golpes de bastão um do outro.


Dança da Bengala/ Bastão

A Dança do Bastão é a versão feminina de uma dança masculina chamada Tahtib.

É conhecida também como Raks Al Assaya. É uma dança folclórica, alegre, mais graciosa que a masculina.

É geralmente dançada ao som do ritmo Said, podendo também ser dançada com os ritmos Baladi e Maqsoum. Said é o nome de uma região ao norte do Egito, local de onde se originou tal dança.

Movimentos delicados onde as mulheres apenas manejam o bastão demonstrando suas habilidades com o objeto, usando-o também como uma “moldura” para mostrar o corpo durante a execução de seus movimentos.

As mulheres demonstram toda sua habilidade girando o bastão de várias formas sempre com muito charme e delicadeza. Ao dançar, a bailarina demonstra destreza, equilíbrio e sensualidade, e sua expressão deve ser de alegria.

A vestimenta cobre o ventre, como um vestido, que pode ser de vários modelos, com abertura lateral, ou não, justo ou mais folgado, entre outros. Acessórios como xales, cintos, enfeites de cabeça, brincos de medalhas são bem-vindos.

A curva da bengala deve estar geralmente pra baixo durante a dança. Mas também cabe lembrar que há bengalas sem essa curva, que se assemelham mais a um bastão. Qualquer um desses modelos é apropriado para dançar.


(Textos retirados do site Central Dança do Ventre)

Video de Dança do Ventre - Meleah Laff

Meleah Laff

O nome significa lenço enrolado, e se originou no Egito, mais especificamente no subúrbio do Cairo e de Alexandria.

Dançada geralmente com um vestido, um chaddor e um lenço preto. O chaddor geralmente é de crochê, serve para cobrir o rosto e pode ser tirado no decorrer da apresentação.

O vestido, usualmente mais colado ao corpo, deve tampar o umbigo, e pode ser bordado ou não.

O lenço é preto, de tecido grosso e nunca transparente, podendo ser bordado ou não.

A bailarina inicia a dança coberta/ enrolada no lenço preto e durante a apresentação ela o solta para dançar com ele.

A dança com o lenço permite um jogo de “mostra e esconde”. Já que em alguns momentos a bailarina se enrola no lenço e em outros ela o manuseia. Ás vezes ela o enrola no quadril, outrora no tronco, destacando as formas de seu corpo. E às vezes brinca fazendo “gracejos” com as pontas dele.

A bailarina tem que ter habilidade para segurar e movimentar bem o lenço, para acrescentar charme e graça, caso contrário a dança fica poluída e prejudicada.

A dançarina masca chiclete durante a dança (tradicionalmente as egípcias costumam mascar goma de miske), dando um ar de irreverência e brincadeira à dança.

A música é sempre muito alegre e festiva, geralmente nos ritmos malfuf ou falahi.

Por ser uma dança de subúrbio, a sensualidade de uma apresentação deve ser suburbana. Ou seja, a bailarina tem que ser muito charmosa e carismática, ser levemente ousada e exagerar na movimentação, porém sem cair na vulgaridade.


(Texto retirado do site Central Dança do Ventre)

Video de Dança do Ventre - DABKE

Dabke

Dabke é uma dança folclórica de muitos países árabes.

Apesar de ser originalmente masculina, hoje em dia pode ser vista sendo dançada por toda a família.

Dançada em grupo, com as pessoas de mãos dadas formando uma roda ou uma meia-lua.
Não há movimentos de braços e ou de quadril. A movimentação se restringe aos pés, que realizam uma variedade de batidas e passos no chão.

Os ritmos mais adequados são o Said e o Malfuf. A música é alegre, e quase sempre acompanhada de derbak e da flauta Mijwiz.

Assim como a música, a dança também é alegre, e quase sempre dançada pelos árabes quando presentes em uma festa.

Comumente vê-se este tipo de celebração no Brasil por ocasião de encontros de árabes em bares, restaurantes ou festas.

Por ser uma dança de fácil execução, é possível aprendê-la durante uma festa e participar da celebração do Dabke.


(Texto retirado do site Central Dança do Ventre)

Video de Dança do Ventre - Classicas Samia Gamal



Nasceu no ano de 1924 com o nome de Zainab Ibrahim Mahfuz, em Wana, uma pequena cidade egípcia. Pouco depois de seu nascimento, sua família mudou-se para o Cairo querendo ficar mais próxima do famoso bazar Khan el Kalili. No Cairo, Zainab conheceu Badia Masabni e aceitou o convite para entrar em sua companhia de dança. Foi Badia quem deu o nome de Samia Gamal a Zainab. Samia trabalhou na companhia de dança e no casino de Badia ao lado de Taheya Carioca, que foi sua amiga e rival. Depois de um tempo Samia começou sua carreira solo e contribuiu para que a Dança do Ventre viesse a ser respeitada. Samia é considerada por muitos, a segunda melhor bailarina (depois de Taheya), mas há quem considere Samia a melhor.
Samia Gamal usava muito movimentos de dança clássica e de dança latina em seus solos. Suas apresentações tiveram muita influência do cinema norte americano, no estilo dos musicais dos anos 40, pois foi ela quem primeiro levou a dança para a América. Samia foi a primeira bailarina a usar salto alto em suas apresentações, e também tornou o uso do véu muito popular. Um facto muito importante na vida de Samia foi seu romance com o cantor e actor egípcio Farid el Atrace, essa parceria rendeu muitos filmes e canções. O romance de Samia e Farid não durou muito, eles separaram-se, Samia ficou deprimida, mas depois de se recuperar, trabalhou em filmes internacionais como "Valley of the Kings"(1964), no qual ela fez algumas danças magníficas e trabalhou ao lado de Robert Taylor. Outro filme internacional que Samia trabalhou foi "Ali baba e os quarenta ladrões", do diretor francês Jacques Becker.Samia casou-se com o milionário texano Sheppard King, que se converteu ao islamismo por sua causa, mas esse casamento não durou muito. Em 1958 Samia casou-se com Roshdy Abaza, um famoso actor egípcio, no qual fizeram filmes juntos. Samia parou de dançar em 1972 quando estava com 60 anos, mas logo voltou a dançar até os 80 anos de idade. Samia gamal morreu no dia primeiro de Dezembro de 1994, no Cairo.

Video de Dança do Ventre - Badia Masabni



Badiaa Masabni, madrinha da dança oriental, nasceu em Lebanon, a qual naquela época ainda fazia parte da Síria. Mudou-se para o Egito onde manteve um bom padrão de vida trabalhando como dançaria e atriz. Alguns anos depois no Cairo - centro da indústria de entretenimento do Oriente Médio - ela abriu o primeiro "music hall" Egípcio. Badiaa chamou seu cabaré de "Opera Cassino" (este era o nome oficial), mas ele também era chamado de "Cassino da Badiaa" ou "Cabaré da madame Badiaa". O clube noturno oferecia uma grande variedade de entretenimento como canto, dança e às vezes shows cômicos e de mágica. Badiaa o fez no modelo europeu a fim de atrair tanto os visitantes do Oriente Médio quanto os europeus que, cada vez mais, por lá passeavam. Na verdade, seu cassino foi freqüentado por uma grande variedade de pessoas de todos os lugares do mundo. Mas era mais que um cabaré, o "Cabaré da madame Abadiaa" era um popular ponto de encontro da sociedade de Cairo, freqüentado pelo "Le beau monde " (O Belo Mundo). Em contrapartida, ofereceu shows especiais de entretenimento para outras mulheres se apresentarem retirando o privilégio das mulheres muçulmanas. Comediantes como Assyrian Naguib al-Rihani teve sua vez nos palcos da Abadiaa. Rihani, ou, "Kesh-Kesh Bey" tornou-se o único marido de Badiaa, os quais viveram juntos por muito tempo.

Nos anos quarenta a Celebração de Gisé no music hall - Cassino Badia - fez história durante a segunda guerra mundial quando oficiais, trapaceiros e espiões misturaram-se no conforto das famosas dançarinas do ventre da madame Badiaa. Falhando em vencê-la, a máquina de propaganda de Hitler achou necessário atacar madame Badiaa acusando-a de ser traidora, uma perigosa espiã e uma agente secreta britânica. Sabia-se que o filho de Churchill e o Duke de Gloucester freqüentavam o cassino.

Uma das maiores contribuições que ela fez à dança oriental foi livrá-la de da tradição dos chaabi ou dança popular. Onde antes a dança do ventre possuía um limitado repertorio de movimentos com os braços, ela teve a idéia de não somente mantê-los do lado, mas usá-los também acima da cabeça com mais movimentos fluentes, conhecidos como "braços cobras". Não somente como movimentar os braços, mas como usar mais o espaço do palco foram uma das contribuições das idéias de Abadiaa. O ghawazee e almeh eram feitas quase sempre no mesmo local. Agora as dançarinas tinham de usar todo o palco, o qual era bem maior do que costumava ser. A maioria das dançarinas tradicionais improvisava, mas Badiaa Masabni foi pioneira no uso da coreografia. Como o público que ficava muito longe do palco quase não conseguia acompanhar o show, adereços como o véu foram incorporados na dança. Talvez ela havia sido inspirada por um dos shows de Isadora Duncan (1877-1927) em Paris. O véu produzia maior efeito no público de trás. De fato, o uso do véu e da roupagem dividida em duas partes, foi inspirado nas produções de Hollywood assim como nos pôsteres de filmes nas mostras de teatro.

Acima disso, outra grande idéia da Madame Masabni foi adicionar músicos clássicos treinados na tradicional req, derbake e nay ou "zurna". O "tagsim" ou improvisação musical mudava o ritmo do "maqsoum" ou batida de "baladi". Takasim era reproduzido no tão famoso ritmo "shifti telle" ou al "wahda attawilla" ou de outra forma no "masmoudi", uma batida lenta de "beledi". O ritmo "shitfi telle" não era egípcio, mas do leste e viajou pela estrada da seda da Ásia central para a Turquia e Grécia, naquela época território do império Otomano. Graças ao baixo volume do shifte telli, outros instrumentos puderam ficar em foco durante as partes improvisadas. Junto à percussão da orquestra eram alinhados violinos extras, um violoncelo, "oud" e acordeom. As composições tornaram-se mais complexas e os movimentos tiveram de acompanhá-las. Arranjos musicais alterados por improvisação inspiravam dançarinos a apresentarem algo que alegrasse tanto o público ocidental quanto o oriental. Agora, todos os elementos juntos fundiram a dança do ventre em rags sharki ou dança oriental. O nome da dança do ventre veio dos viajantes franceses do século IX que por não estarem familiarizados com os movimentos dos ghawazee os descreveram em suas histórias de viajem como "danse du ventre". Naquela época, antes do século XX, o nome foi afixado a idéia da dança, mas, como percebemos, tornou sua descrição bastante limitada.

Foi no lendário cabaré da Badiaa que, durante a década de trinta e quarenta, as duas mais influentes e inovadoras mulheres do século XX da dança oriental foram treinadas por Badiaa Masabni - que as treinou muito profundamente. Elas se tornaram as mais famosas e extraordinárias dançarinas do meio do século: Tahiya Carioca e Samia Gamal.

http://www.belly-dance.org/badia-masabni.html

Tradução: Amira Zaib

Video de Dança do Ventre - Taheya Carioca



A dançarina de dança do ventre Taheya Carioca (Ismaïlia,1915 - Caïro,1999) dançou na maioria dos palcos árabes e recebeu vários papéis em filmes egípcios com famosas estrelas árabes e cantores-compositores Mohamed Ahdelwahab e farid Ak Atrache.

Nascida com o nome de Abla Muhammad Karim, Tahia Karioca tornou-se umas das lendas da dança oriental. Mohamed Karim - seu pai - deixou-a duas heranças: Seu amor pelas artes e seus muitos casamentos. Seu pai casou-se 7 vezes e, mais tarde, Tahena oficialmente dobrou esse número! Tahiyya estudou na escola de dança Ivanova, antes de se mudar para a rua Mohammed Ali, equivalente à Broadway em Cairo. Ela foi chamada de Carioca em conexão com o samba brasileiro, o qual ela costumava usar em suas performances no início de sua carreira quando ela dançava no cassino de Badia Massabni, durante a década de 30. Depois de se tornar fascinada por ritmos brasileiros, ela pediu ao seu derebki (baterista) Zaki para tocar algo similar em sua "tabla". Assim como Mohamed Abdelwahad fez em suas composições, Tahia introduziu ritmos latinos americanos em seu show. Assim, ela tornou-se Tahia Carioca e seu percussionista, Zaki Carioca.

A competição no cabaré da Badia era dura, especialmente contra Samia Gamal a qual também dançara lá no começo da carreira.

As performances de Carioca duravam entre 20 a 25 minutos no máximo. Mas sua fama explodiu entre 1930 e 1940 tão fortemente que até o rei do Egito, Farouk, a convidou para seu aniversário. Seu estilo era totalmente diferente de sua rival, Samia Gamal. Seu primeiro filme "La femme et le patin" propulsionando sua carreira nos filmes que começou em 1935 e terminou com mais de 120 filmes. Sem se esquecer das peças de teatro e novelas da TV.O cinema e a T V fizeram Tahia conhecida por toda a Arábia.

Tahia era uma mulher muito determinada. Era esse traço de sua personalidade que a fez fazer sucesso no difícil mundo das danças do ventre no Cairo. Mas ela também foi uma grande dançarina, sem dúvida nenhuma. Ninguém nunca se aproximou se sua estupenda virtuosidade nas brincadeiras com palavras, gestos e ironia. Ela deixou sua família em Ismaïla após uma disputa com seu pai aos 12 anos e pegou um trem para Cairo. Aos 31 anos ela se tornou uma lenda da dança oriental.

Carioca casou-se 14 vezes. Na sua lista constam atores renomados como Rushdi Abaza bem como cantores, no caso de Muharram Fuad.

Assim como Samia Gamal, ela também se casou com um americano que se converteu para o Islamismo e a levou para os EUA. O casamento não durou muito, ela sentia falta do Egito e as diferenças culturais fizeram o resto. Ela se divorciou dele e retornou ao Egito. Mais tarde ela mudou-se para o Islamismo ortodoxo. Tahia tornou-se um ídolo para os russos, americanos, alemães, ucranianos, italianos, armênios, holandeses e franceses. Todos se sentiam atraídos pela sua impar genialidade no gênero. Taheya Karyooka provou ser uma fonte de inspiração para uma nova geração de dançarinos. Tahiyyah Karioka morreu em 20 de setembro de 1999 aos 79 anos de idade de ataque cardíaco.

http://www.belly-dance.org/tahia-carioca.html

Tradução: Amira Zaib

Video de Dança do Ventre - Classicas Naima Akef



Nasceu em 7 de outubro de 1932, em Tanta, no delta do Nilo, na família Akef. Havia um circo famoso onde a família inteira participava apresentando ou nos bastidores, tanto os jovens quanto os velhos. O Crico Akef era famoso com seus animais treinados e selvagens domesticados e com truques espertos exibidos pelos não tão treinados, bem como por incríveis apresentações de dança e acrobacias extravagantes.

Esta é a atmosfera da família onde Naima Akef nasceu e cresceu, indicando que uma estrela especial estava sendo desenvolvida neste ambiente ideal e apropriado, e bronta para ser trazida à luz.

A família Akef morava no Cairo, no distrito de Bab El Khalq, entretanto viajava por todo o país e mesmo pelo mundo com suas turnês, especialmente na Rússia em 1957, onde Naima apresentou sua dança em um festival juvenil internacional e ganhou o primeiro prêmio de dança do festival, onde se apresentaram dançarinas de mais de 50 países. Uma foto comemorativa desta vitória está exposta na parede do Hall da Fama do Teatro Bolshoi.

O avô de Naima, Ismail Akef, um professor de ginástica e treinador na Academia de Polícia do Egito, criara o Circo Akef ao se aposentar. Ismail abrigou naima sob suas asas, reconhecendo seu talento como dançarina e no palco desde cedo, ajudou-a a modelar suas particularidades em uma artista histórica que alcançou o estrelato com o cinema egípcio. Naima foi descoberta primeiro pelo diretor Abbas Fawzy, que apresentou-a a seu irmão, o tamb´m diretor Hessein Fawzy, que percebeu o talento natural de Naima para a tela e deu a ela o papel principal na primeira vez em que aparecia, no filme "El Eish Wel malh" (O pão e o sal – no Egito, uma vez que as pessoas tenham partido um pão juntas, i.e. partilhado uma refeição, é considerado um sacrilégio desonrar as regras de lealdade não faladas, assim, El Eish Wel Malh, o pão e o sal). Naima estreou neste filme com o cantor Saad Abdel Wahab, primo do legendário cantor e compositor Mohammed Abdel Wahab. O filme foi um grande hit e um sucesso para o estúdio Nahhas Film onde fora filmado como primeira produção. Foi um início brilhante para a jovem Naima, que tinha vários números de dança durante o filme, os quais ela apresentou cuidadosamente como em todos os seus filmes futuros, lado a lado com sua atuação e canto.

Após seu primeiro filme, naima teve um sucesso após o outro como "Lahalibo [como alguém poderia traduzir isto??] (Aquele que é tão quente que é comparado ao Ligeirinho), "Baladi We Kheffa" (Baladi e a luz do coração), "Baba Aaris" (Meu pai é o acompanhante da noiva), "Noor Oyouni" (A luz dos meus olhos). Este último foi feito após a apresentação de um número de dança de Naima com o legendário Dr. Mahmoud Reda, criador e dançarino do Grupo Reda. O número foi chamado "Leil We Ein" (ao invés de dizer Elil ya Ein, como se canta nos mawwals egípcios (lamentos). Leil, sendo a noite, e Ein, sendo os olhos, que passaram a noite sem piscar, pensando na amada). O número foi feito para o Concelho de Artes do Egito.

Os filmes de Naima seguem além dos que aparecem a seguir, mas os principais são "Forigat (***), "Fataah Wel Sirk" (Uma Garota e o Circo), "El Nemr" (O Tigre), "Halawet El Hob" (A Doçura do Amor), "Gannah We Nar" (Um Céu e Um Inferno), "Melyon Geneih" (Um Milhão de Libras), "Arbaa Banat We Zabet" (4 Garotas e um Oficial), "Madraset El Banat" (A Escola de Garotas), "Tamr Henna" este é o nome de uma flor egípcia, que era o nome da personagem de Naima no filme, "Aziza" and "Ahebbak Ya Hassan" (Amo você, Hassan).

A dança egípcia corria livre nas veias de Naima. Foi seu primeiro amor e a melhor maneira de se expressar que ela usava na sua vida circense que servia como uma plataforma para sua dança, enquanto tentava e apresentava novas idéias, coreografias e músicas. Ela nunca tomou atalhos no que se refere a medir despesas, treinar ou fazer as próprias roupas ou das dançarinas do cenário e dos cantores e outros participantes que a acompanhavam nos shows. Ela era muito consciente de seu peso e mantinha-o sob estrito controle, para continuar parecendo jovem e flexível. Naima sacrificou até mesmo os prazeres da maternidade, deixando para dar á luz sua criança um pouco antes de seu próprio falecimento.

Os peritos em dança egípcia têm certeza que naima não foi influenciada pelos estilos de outras dançarinas, mas sim criou seu próprio estilo e tinha um sentimento pessoal da interpretação pela dança da música egìpcia, a ponto de criar O NOVO no palco e em ensaios. Freqüentemente, Naima coreografava suas próprias seqüências, mas ficou muito famosa por ser disciplinada e obediente a seus treinadores, técnicos e coreógrafos.

No mundo da arte, naquela era do Egito, Naima foi muito famosa por sua amizade, doçura e disponibilidade para ajudar todos os seus amigos próximos e associados, bem como sua equipe de filmagem e mimbros do set. Nunca era egoísta, e sempre colocava os outros á frente dela mesma. Há uma famosa história sobre um dia, em uma filmagem, após uma cansativa manhã de filmagem, durante o descanso após o almoço, naima notou que uma companheira dançarina do filme estava se esforçando para fazer um movimento acrobático que ela teria que fazer e enfrentava claras dificuldades para executar este movimento, que deveria ser filmado logo após o almoço. Ao invés de almoçar e descansar merecidamente, Naima foi até a garota, mostrou a ela como o passo devia ser feito com facilidade, e fez isso diversas vezes e treinou e ajudou-a até que ela conseguisse obter êxito, para deleite da garota e aplausos em massa da equipe de filmagem, dos atores e do diretor.

Naima raramente dançava em casas noturnas, mas sim em seus filmes e tablados teatrais que ela regularmente organizava no Egito e fora. Aquelas não eram apresentações de dança puramente egípcia, mas sim uma expressão livre e mais de uma música. Ela usava movimentos para expressar emoções e sentimentos, gestos, direta ou indiretamente, com expressão crporal que era uma testemunha do esforço selvagem de Naima em refletir seu talento artístico e sua flexibilidade e agilidade corporal.

Naima era muito orgulhosa de seu sucesso, que ela atingira por seu próprio mérito e sem ter rastejado em casas noturnas por um longo tempo. Ela se lembrava de como, quando sua mãe e seu pai se separaram, ela formou um ato cômico e acrobático que realizou em diversos clubes até Ter a chance de trabalhar na famosa casa noturna de Badeia Masabny, onde a jovem naima brilhava como uma estrela e era uma das poucas garotas a cantar e dançar.

Naima também recorda-se de ser a favorita de Badeia, o que causava a maior inveja nos corações de outras dançarinas de cenário do clube, até um dia em que elas se ajuntaram e tentaram bater nela, mas graças à sua força e agilidade, ela conseguiu se defender e inverter a situação. Mas uma vez que aquelas dançarinas eram uma fonte de bons proventos para Badeia, naima foi despedida do clube e foi trabalhar em outro famoso ponto noturno, o Clube KIT KAT, onde conheceu o diretor cinematográfico Abbas Kamil, que apresentou-a a seu irmão, o diretor Hessein Fawzy, famoso por seus filmes musicais. Esta parceria foi um grande sucesso para ambos, e eles foram casados por nove anos, embora não tenham tido filhos. Alguns anos após o divórcio, Naima casou-se com seu contador, a quem deu um filho que trabalhava na área musical.

Naima entrou nos livros de história da dança do Egito como uma de suas dançarinas mais inovadoras, criativas e renovadas; ela também entrou nos livros de história do cinema como a primeira mulher a estrelar o primeiro filme inteiramente colorido do Egito, "Baba Aaris" (Meu pai é o acompanhante da noiva), dirigido por seu primeiro marido Hessein Fawzy em 1951.

Video de Dança do Ventre - Classicas Suheir Zaki



Suheir Zaki
Suheir Zeki nasceu em Mansoura, onde ela e sua família viveram até seus nove anos, quando se mudaram para Alexandria. Música e dança não eram o forte da família: seu pai trabalhava no ramo de construção civil e sua mãe era enfermeira. Mas Suheir se apaixonou por ambos desde pequena e aprendeu sozinha a dançar, ouvindo o rádio. Seu talento natural se revelou cedo e ela era notada nas festas de aniversário e casamento de seus amigos e parentes.

Seu pai faleceu quando ela ainda era bem nova; ele não aprovava o seu desejo de dançar em público. Sua mãe casou-se de novo e seu padrasto a ajudou muito em sua carreira, arrumando sua orquestra e se tornando seu empresário.

Ela trabalhou por um tempo nos bares da Alexandria. Era a única dançarina que não usava maquiagem e peruca na época. Souheir começou a ficar famosa quando, em 1962, uma festa de celebridades em Alexandria foi transmitida em rede nacional. Ela foi notada pelo diretor de TV Mohammed Salem, que foi então em busca da "garota de cabelos longos" e queria transformá-la em apresentadora de TV. Mas sua voz não era boa e ela queria focar na dança. Não passou no teste mas não deixou de entrar para a televisão.

Mudou-se para o Cairo, onde se apresentava em casamentos e bares, e participava de alguns programas de TV como On The Banks Of The Nile, Adwa’ Al Medina e Zoom. Costumava ouvir a música uma vez antes de se apresentar e dançava de improviso, sem nenhum ensaio anterior.
Embora a televisão tenha ajudado a fazer o nome de Suheir, foram as apresentações nos bares e casamentos que a sustentavam financeiramente. As dançarinas daquela época eram as estrelas dos cabarés, ao contrário de agora, quando os cantores se destacam.
O primeiro bar que dançou foi o Auberge, na Rua Haram. Suas contemporâneas eram Ne’met Mokhtar, Zeinat Olwi e, na geração seguinte, Nagwa Fouad, Nahed Sabri, Zizi Mustafá e Fifi Abdo – que dançava um pouco abaixo na rua, no Arizona.
A competição entre as dançarinas era acirrada; elas tentavam superar umas às outras no tamanho da orquestra, na riqueza das roupas, etc. Suheir conta que a sua maior rival era Nagwa Fouad: “Se íamos dançar no mesmo lugar na mesma noite, corríamos para vestir-nos e levar a orquestra ao palco antes da outra”.
Souheir dançou nos casamentos das filhas de Gamal Abdel Nasser e Anwar Sadat e foi a primeira que ousou dançar as reverenciadas músicas de Umm Kulthoum no palco de um bar. A cantora elogiou a performance da dançarina e da orquestra ao vê-los interpretar a sua música. Essa ousadia ajudou a disseminar a sua fama pelo mundo árabe.
O cinema também ajudou a divulgar o seu nome. Ela fez mais de 100 filmes ao longo de sua carreira, ao lado de estrelas das telas como Farid Shawqi, Shokoukou e Shadiya. Mas ao contrário das demais dançarinas como Tahia Carioca, Naima Akef e Samia Gamal, ela nunca gostou muito de atuar. Seus papéis eram geralmente pequenos; ela ia para dançar. Mas foi num destes filmes que conheceu seu marido, Mohammed Amara.
Ela se tornou uma das dançarinas mais famosas nos anos 60 e 70. A sua foto tornou-se uma marca registrada de várias fitas didáticas e discos de dança do ventre.
A dançarina foi chamada certa vez de “Oum Kolthhoum da dança” pelo presidente do Egito, Anwar Sadat. “Enquanto ela canta com a voz, você canta com o corpo”, ele lhe disse. Nos anos 60, recebeu elogios e medalhas dos governantes da Tunísia, Irã e Egito.

Se um músico errava uma nota ela sabia quem tinha sido, mesmo que estivesse de costas para eles. Este seu ouvido meticuloso para a música, a fez ganhar o respeito de toda a orquestra que a acompanhava.
No final dos anos 80, o cenário da dança começou a mudar e Suheir não aprovou essas mudanças. A dança foi tirada da televisão, o que a deixou muito triste. Além disso, o visual das dançarinas estava mudando. As roupas volumosas com saias de chiffon deram lugar à lycra; e ela não via com bons olhos essa exposição excessiva do corpo.
As dançarinas estrangeiras, principalmente as russas, começaram a chegar ao Egito- o que ela também não gostava. “Fiquei impressionada vendo a música fazendo uma coisa e elas fazendo outra completamente diferente!", afirmou.
Hoje em dia ela não dança mais, mas continua respeitada no mundo inteiro. Assim como Tahia Carioca e Samia Gamal, suas maiores fontes de inspiração, Soheir Zack também se tornou uma legenda.

Fontes:

Cairo Times, autoria de Francesca Sullivan
Site Angle Fire
http://www.belly-dance.org