ROUPAS DE DANÇA DO VENTRE

Video de Dança do Ventre - Classicas Suheir Zaki



Suheir Zaki
Suheir Zeki nasceu em Mansoura, onde ela e sua família viveram até seus nove anos, quando se mudaram para Alexandria. Música e dança não eram o forte da família: seu pai trabalhava no ramo de construção civil e sua mãe era enfermeira. Mas Suheir se apaixonou por ambos desde pequena e aprendeu sozinha a dançar, ouvindo o rádio. Seu talento natural se revelou cedo e ela era notada nas festas de aniversário e casamento de seus amigos e parentes.

Seu pai faleceu quando ela ainda era bem nova; ele não aprovava o seu desejo de dançar em público. Sua mãe casou-se de novo e seu padrasto a ajudou muito em sua carreira, arrumando sua orquestra e se tornando seu empresário.

Ela trabalhou por um tempo nos bares da Alexandria. Era a única dançarina que não usava maquiagem e peruca na época. Souheir começou a ficar famosa quando, em 1962, uma festa de celebridades em Alexandria foi transmitida em rede nacional. Ela foi notada pelo diretor de TV Mohammed Salem, que foi então em busca da "garota de cabelos longos" e queria transformá-la em apresentadora de TV. Mas sua voz não era boa e ela queria focar na dança. Não passou no teste mas não deixou de entrar para a televisão.

Mudou-se para o Cairo, onde se apresentava em casamentos e bares, e participava de alguns programas de TV como On The Banks Of The Nile, Adwa’ Al Medina e Zoom. Costumava ouvir a música uma vez antes de se apresentar e dançava de improviso, sem nenhum ensaio anterior.
Embora a televisão tenha ajudado a fazer o nome de Suheir, foram as apresentações nos bares e casamentos que a sustentavam financeiramente. As dançarinas daquela época eram as estrelas dos cabarés, ao contrário de agora, quando os cantores se destacam.
O primeiro bar que dançou foi o Auberge, na Rua Haram. Suas contemporâneas eram Ne’met Mokhtar, Zeinat Olwi e, na geração seguinte, Nagwa Fouad, Nahed Sabri, Zizi Mustafá e Fifi Abdo – que dançava um pouco abaixo na rua, no Arizona.
A competição entre as dançarinas era acirrada; elas tentavam superar umas às outras no tamanho da orquestra, na riqueza das roupas, etc. Suheir conta que a sua maior rival era Nagwa Fouad: “Se íamos dançar no mesmo lugar na mesma noite, corríamos para vestir-nos e levar a orquestra ao palco antes da outra”.
Souheir dançou nos casamentos das filhas de Gamal Abdel Nasser e Anwar Sadat e foi a primeira que ousou dançar as reverenciadas músicas de Umm Kulthoum no palco de um bar. A cantora elogiou a performance da dançarina e da orquestra ao vê-los interpretar a sua música. Essa ousadia ajudou a disseminar a sua fama pelo mundo árabe.
O cinema também ajudou a divulgar o seu nome. Ela fez mais de 100 filmes ao longo de sua carreira, ao lado de estrelas das telas como Farid Shawqi, Shokoukou e Shadiya. Mas ao contrário das demais dançarinas como Tahia Carioca, Naima Akef e Samia Gamal, ela nunca gostou muito de atuar. Seus papéis eram geralmente pequenos; ela ia para dançar. Mas foi num destes filmes que conheceu seu marido, Mohammed Amara.
Ela se tornou uma das dançarinas mais famosas nos anos 60 e 70. A sua foto tornou-se uma marca registrada de várias fitas didáticas e discos de dança do ventre.
A dançarina foi chamada certa vez de “Oum Kolthhoum da dança” pelo presidente do Egito, Anwar Sadat. “Enquanto ela canta com a voz, você canta com o corpo”, ele lhe disse. Nos anos 60, recebeu elogios e medalhas dos governantes da Tunísia, Irã e Egito.

Se um músico errava uma nota ela sabia quem tinha sido, mesmo que estivesse de costas para eles. Este seu ouvido meticuloso para a música, a fez ganhar o respeito de toda a orquestra que a acompanhava.
No final dos anos 80, o cenário da dança começou a mudar e Suheir não aprovou essas mudanças. A dança foi tirada da televisão, o que a deixou muito triste. Além disso, o visual das dançarinas estava mudando. As roupas volumosas com saias de chiffon deram lugar à lycra; e ela não via com bons olhos essa exposição excessiva do corpo.
As dançarinas estrangeiras, principalmente as russas, começaram a chegar ao Egito- o que ela também não gostava. “Fiquei impressionada vendo a música fazendo uma coisa e elas fazendo outra completamente diferente!", afirmou.
Hoje em dia ela não dança mais, mas continua respeitada no mundo inteiro. Assim como Tahia Carioca e Samia Gamal, suas maiores fontes de inspiração, Soheir Zack também se tornou uma legenda.

Fontes:

Cairo Times, autoria de Francesca Sullivan
Site Angle Fire
http://www.belly-dance.org